sábado, 22 de julho de 2017

Trekking no Peru (Parte 3) - Cusco e o Vale Sagrado

2º Dia - Cusco

Vale Sagrado


Após nosso almoço, continuamos o passeio por Cusco, olhando o mapa vimos que a fortaleza de Sacsayhuaman estava praticamente ao lado, era só caminhar pela rua Calle Palacio e Pumacurco e estaríamos lá. Por que não ir?
Começamos a caminhar pela currutela Calle Palacio, de calçadas extremamente estreitas e cercada por casarões antigos com restaurantes e lojinhas. No meio do caminho encontramos mais uma capela chamada San Antonio Abad, uma igreja menor que as outras que visitamos, mas mesmo assim muito bonita, suas paredes rústicas feitas de pedras, a enorme porta de entrada de madeira cravejada por pregos grandes, um estilo bem medieval de construção. Estávamos na Plazoleta de las Nazarenas, foi lá que conseguimos tirar uma foto de uma mulher peruana carregando flores nativas nas costas para vender.
Igreja San Antonio Abad
Vendedora de flores
Ainda faltava um longo caminho pela frente, o sol estava muito quente, continuamos subindo a rua, sempre em frente, vez ou outra um carro passava apertado pela rua estreita, nos fazendo se esgueirar na minúscula calçada. A vantagem daquele caminho era que podíamos aproveitar bem as sombras dos casarões enquanto subíamos o morro.
Rua Calle Palacio
Conforme subíamos percebemos que os padrões de construção das casas foram decaindo e que quanto mais caminhávamos para cima daquele morro, mais pobre parecia o local.
Bairro mais pobre da rua Calle Palacio
Tínhamos chegado no final da rua, onde encontramos um bar que era também um mercadinho, ao chegarmos na rua de frente a entrada do forte encontramos também lojinhas de suvenires. Subimos umas escadarias para chegar, só faltava atravessar a rua e comprar nossos tickets de entrada, mas foi nesse momento que fomos surpreendidos por um senhor que, dizendo ele, tinha um passeio mais bonito e em conta. O senhor nos ofereceu um passeio a cavalo com guia até o Templo da Lua (Templo de La Luna), ou Chukimarca, depois passaríamos pela Zona X, de lá iríamos para o Cristo Blanco e por fim terminaríamos em Sacsayhuaman, tudo isso a um preço de 120 soles por pessoa. O homem foi tão persuasivo que acabamos caindo em sua lábia e aceitamos o passeio. Entramos em uma carro que estava estacionado um pouco mais distante da entrada de Sacsayhuaman e ele nos levou até a entrada de uma chácara que fica atrás das ruínas do forte inca. Ainda desconfiados, entramos na chácara e encontramos mais turistas que compraram o mesmo passeio, lá subimos em cavalos e conhecemos nosso guia, um garotinho que deveria ter uns 15 anos de idade.
Subimos por uma trilha de cascalhos, margeando eucaliptos a esquerda, em fila indiana, a frente um grupo de turistas com sua guia e logo atrás nós.
Trilha para o Templo de La Luna
Cavalgamos por algum tempo até encontrar uma rodovia, que estava um pouco movimentada, carros e ônibus de turistas passavam com frequência, aproveitamos um momento de calmaria e atravessamos com os cavalos rapidamente, os animais eram bem calmos e já estavam acostumados com aquele trajeto. Entramos em um campo verde do outro lado da pista e cavalgamos seguido um córrego, a paisagem já se mostrava exuberante.
Paisagem
Era por lá que encontraríamos as ruínas do Templo de La Luna, cavalgando por meio das planícies verdejantes vimos crianças brincarem nas águas do estreito rio que nos seguia e a paz daquele local nos contagiou. Paramos no meio do caminho, nosso guia segurou nossos cavalos e disse:
- Chegamos!
Descemos dos cavalos, que foram soltos para descansarem e enquanto caminhávamos em direção ao que restou do templo, nosso guia correu para junto das crianças que brincavam na água e, arrancando suas roupas no embalo, mergulhou em um poço. Olhamos para frente e nos deparamos com um morro.
Templo de la Luna
Uma imensa rocha em meio ao campo verde, lá estava o templo de La Luna, no Vale Sagrado Inca. Dizem que o templo era para fertilidade, onde as mulheres que não podiam ter filhos vinham nesta rocha com a esperança de voltarem a ser reprodutivas.
Vale Sagrado
Subimos a rocha por uma escadaria em ruínas, uma leve brisa nos refrescava do calor, a paisagem nos acolhia, um sentimento de união com a natureza a volta, ali nada tinha pressa, não havia preocupação, pude vislumbrar a perfeição da natureza em sua totalidade.
Templo de La Luna
Vista do Vale Sagrado a partir do templo
Ruínas atrás do templo
Em baixo da imensa rocha, no seu centro, vimos uma passagem, nos pareceu uma caverna, mas ainda não sabíamos do que se tratava. Estávamos diante da entrada da câmara do templo, lá dentro apenas uma fissura no teto permite a entrada de luz, dizem que no passado, no período de lua cheia, quando a mesma se encontrava em uma posição específica, um feixe de luz invadia aquela fresta e ia de encontro a uma mesa de pedra que era recoberta de ouro, assim como todas as paredes, esse feixe de luz refletia no metal dourado e iluminava toda a câmara com uma luz cegante. A câmara representava um útero, a entrada era a representação da vagina e aquela fresta no teto era a entrada da nova vida.
Entrada da câmara do templo
Olhamos aquela passagem sem saber do que se tratava. Fiquei curioso com aquela caverna e chamei a Nanda para entrarmos. Não chegamos a conhecer o significado da câmara, pois não tínhamos ideia de toda a história, nos faltou um bom guia.
Câmara sagrada do templo
O tempo que ficamos no templo foi como uma renovação de energia para mim. Sentamos no que parecia ter sido um trono antigamente, ou um altar, e lá ficamos, contemplando a imensidão verde do Vale Sagrado, agradecendo pela oportunidade de estar lá para receber toda a quela energia invisível. As nuvens passeavam pelas nossa cabeças lentamente, a brisa soprava, balançando as flores que cresciam em meio as rochas, os animais ao longe pastavam tranquilamente e tudo estava em sintonia, podíamos sentir o sentido da vida.
Em meio ao Vale Sagrado Inca
Em meio as ruínas do Templo de la Luna

Nosso passeio tinha que continuar, então o guia mirim nos chamou, era hora de partir para outro lugar do vale. Montamos novamente nos cavalos e seguimos o caminho de volta, atravessamos a pista novamente e subimos um morro para chegarmos a Zona X. Descemos dos cavalos e seguimos o guia por uma trilha rumo ao topo do morro de rochas, o garoto nos contou sobre as cavernas da Zona X, sobre as passagens subterrâneas que chegavam até o centro de Cusco, sobre homens a procura de ouro que se perderam e varias outras lendas, mas o que ele não nos contou era que a Zona X foi provavelmente um local onde os Incas extraiam vários blocos de pedras para construir Sacsayhuaman. Entramos em uma das cavernas com ele, caminhando por labirintos de rochas e passando por frestas estreitas, não vimos o trabalho dos incas naquelas rochas, não conhecemos onde foi o possível local de extração das rochas, apenas passeamos pelas cavernas do local.
Entrada da  caverna da Zona X
Passagem da Zona X
Zona X
Ficamos por um tempo no topo da Zona X, vislumbrando a maravilhosa vista do Vale Sagrado, era impossível estar lá e não sentir toda aquela vibração de energias boas. Senti que o lugar era realmente místico.
Topo da Zona X
Vale Sagrado visto da Zona X
Não conhecemos o bastante do Vale Sagrado Inca, ele é muito mais do que o vale da lua e a zona x, mas o pouco que vivenciamos naquele lugar foi maravilhoso, a paz que foi transmitida para nossos corações era transcendente. Saímos do Vale a cavalo, cavalgando de volta a trilha de cascalho para a chácara onde iniciamos o passeio, mas ainda faltava dois pontos prometidos.
Entramos no veiculo que nos levou até lá e seguimos por uma estrada de terra, estávamos a caminho do Cristo Blanco, foi ai que fomos abandonados pelo caminho. O motorista estacionou na beira da pista, abriu a porta e disse em espanhol:
- Daqui pra frente é só seguir a pé que vocês chegarão ao Cristo Blanco.
Olhei ao longe e perguntei:
- E para chegar em Sacsayhuaman? Como fazemos?
- Fica do lado. - Disse ele.
E assim o motorista no deixou lá e foi embora, o contrato de serviço acabara ali. Caminhamos por um bom trecho até chegarmos no morro do Cristo Blanco.
Morro do Cristo Blanco
De braços abertos para a cidade de Cusco vimos uma imensa estátua de 8 metros de altura do cristo, bem parecida com o cristo redentor do Rio de Janeiro. Fiquei sabendo depois que ela fora construída por um artista local chamado Francisco Olazo Allende. Em cima do morro chamado de Pukamoqo, onde na cultura inca é um morro sagrado que guarda todas as terras do império tawantinsuyano, o Cristo Blanco se encontra de braços abertos ao povo de Cusco.
Cristo Blanco
Mais uma vez tivemos a oportunidade de visualizar toda a cidade de Cusco, agora do alto do mirante do Cristo Blanco.
Cusco vista do alto
Um morador local com seu instrumento musical
Após um bom tempo apreciando a vista da cidade, resolvemos descer para a fortaleza de Sacsayhuaman, que se encontra ao lado do Cristo Blanco. Vimos uma trilha ligando o morro à fortaleza e pensamos que por aquele caminho entraríamos normalmente sem ser cobrados, pura ingenuidade. Começamos descendo o morro pela trilha, fugindo de alguns cachorros que brincavam por lá, a Nanda estava com medo deles, assim chegamos no imenso paredão de pedras de Sacsayhuaman, onde largo caminho de pedras nos levou até o topo de entrada do forte, onde fomos abordados por um guarda pedindo os bilhetes de entrada, nesse momento percebemos que havíamos sido enganados e que aquele caminho, apesar de se conectar com Sacsayhuman, não nos poupava de pagar para visitar o local. Como não tínhamos dinheiro suficiente, fomos obrigados a voltar para Cusco sem conhecer a famosa fortaleza de Sacsayhuman.
Entrada de Sacsayhuman
No fim do dia nos restou passear mais pela cidade e conhecer outros locais.
Currutela sem saída na parte pobre de Cusco
Começamos por onde estava mais próximo, que era a Igreja de San Cristobal, localizada na parte alta de Cusco. A igreja é linda e sua localização privilegiada, da praça de San Cristobal, que fica em frente a igreja, tivemos a oportunidade de apreciar a cidade novamente do alto e tirar várias fotos.
Construção Inca preservada na praça San Cristobal
Vista do mirante de San Cristobal
Mirante de San Cristobal
Não entramos na igreja, pois gostamos mais das paisagens de fora e, não me lembro muito bem, mas acho que pelo horário as visitas já tinham se encerrado.
Após conhecermos o mirante de San Cristobal, começamos a descer as escadarias de volta ao centro turístico de Cusco. Vimos vários mochileiros subindo as escadas com suas mochilas pesadas nas costas, havia uma japonesa que sozinha carregava uma mochila maior que ela, e sofrendo, vagarosamente subia degrau por degrau.
Escadarias da cidade de Cusco
No fim da noite jantamos em um restaurante, novamente papas com carne, onde pagamos barato, pois o dinheiro que havia trocado no aeroporto foi pouco, então tivemos que economizar na comida.
A noite esfriou o tempo, sem o sol o frio predominava, então terminamos a noite fria passeando pelos arredores do centro turístico da cidade antes de voltar para o hostel.
Igreja de La Compañia de Jesus
Convento de Santo Domingo
<<Voltar para o dia anteriorIr para o Proximo dia>>

  



terça-feira, 18 de julho de 2017

Trekking no Peru (Parte 2) - Conhecendo a cidade de Cusco antes de Salkantay

Estávamos em Cusco, um lugar tão estranho para nós e ao mesmo tempo tão curioso. Chegamos na cidade no dia 2 de março de 2016, passeamos um pouco pelos arredores do hostel em que nos hospedamos, vimos um estádio mal acabado, conhecemos uma praça que leva o nome de Tupac Amaru, jantamos em um restaurante que mais parecia um boteco. Não tínhamos visto nada até então...

2º Dia - Cusco

A Pedra de 12 Ângulos

O dia amanheceu frio, as varias camadas de cobertas grossas na cama que nos aqueceu fizeram muito bem seu trabalho. Ficamos em um quarto privativo do hostel, cama de casal, banheiro privado, um armário e uma televisão, um luxo por um ótimo preço. Acordamos por volta das oito horas, ainda podíamos sentir o leve frio da manhã. Banho rápido em ducha quente, agasalhados e preparados fomos tomar o café da manhã. Nosso quarto estava no primeiro andar, descemos as escadas, passamos pela sala da recepção e entramos na cozinha, onde nossa anfitriã preparava o café da manhã. Havia uma varanda na cozinha onde fomos sentar em uma mesa posta lá, a dona do hostel, não me lembro seu nome, nos trouxe o banquete, café, leite, água quente para o chá, pão sírio, manteiga e geleia, em uma cestinha, vários saches de ervas e folhas de coca, não estranhamos pois sabíamos que lá era costume tomar chá de coca e que o mesmo ajudava a evitar a sensação de cansaço causada pela altitude, logo coloquei as folhas em minha caneca e despejei água quente assim como a Nanda fez, tomamos e percebemos que seus efeitos a primeira vista eram como o da cafeína do café, nada de mais.
Pelo wifi do hostel baixei o mapa offline de Cusco pelo Googlemaps do meu smartphone enquanto tomávamos o café da manhã, assim que terminamos o desjejum nos despedimos da moça e do seu cão, chamado Beluti, e saímos para conhecer a cidade.
O hostel fica em uma área da cidade um tanto que tranquila, por lá não víamos muito movimento de carros, mas foi só chegarmos na rua Pachacutec que notamos o quanto o transito de Cusco é caótico. A maioria dos carros que vimos eram mini versões dos carros que costumamos ver no Brasil, como o Pegeot 107 que mais parece o 207 menor. Com suas buzinas sempre avisando em cada esquina que estavam passando, seus motoristas dirigiam sem se preocupar muito com leis de trânsito. Ao chegarmos na Avenida El Sol, ficamos mais tranquilos, pois as calçadas são mais largas e o movimento de carros parece mais organizado. Foi caminhando na avenida que nos deparamos com nosso primeiro ponto turístico do dia, olhando para as casas enquanto caminhávamos, nos deparamos a nossa direita com um gramado bem verde, cercado por uma grade de ferro que impedia alguém de passar da calçada para lá, ao fundo, algo que parecia um castelo misturado com uma igreja, uma vista linda, digna das nossas primeiras fotos. O sol já havia esquentado, não fazia mais frio algum e fomos obrigados a retirar nossas blusas.
Jardim Sagrado
A paisagem era do Jardim Sagrado, com o Convento de Santo Domingo ao fundo, construída pelos espanhóis em cima do templo Inca Qorikancha. No passado, na era Inca, o centro religioso de Cusco era ali, junto com o centro geográfico e politico da cidade, chamava-se Templo do Sol, pois era neste templo que a civilização inca venerava seu maior deus, o deus sol "Inti". No significado Inca o nome "Qori" significa ouro e "Kancha" significa lugar fechado.
Do Jardim sagrado caminhamos até o final da avenida e na esquina avistamos a Plaza De Armas (Huacaypata), a praça mais famosa de Cusco. Foi nesta praça que o colonizador espanhol Francisco Pizarro declarou a conquista da cidade, que após sua conquista, sobre os palácios incas ao redor, foram construídos templos católicos e mansões. Tupac Amaru II foi executado nesta praça.
Plaza de Armas e Catedral de Cusco

Olhando para a Catedral de Cusco fomos adentrando em direção a praça, mas logo na esquina uma senhora no abortou oferecendo chaveiros, pulseiras e pacotinhos de folha de coca. Educadamente passamos os olhos em seus penduricalhos e eu resolvi comprar um saquinho de folhas de coca para levar na trilha que estávamos prestes a fazer. Tirei 3 soles do bolso e entreguei a senhora que me entregou a mercadoria com um sorriso no rosto.
O lugar, para nós, é espetacular. A grandiosidade dos templos em volta da praça nos fazia sentirmos pequenos. Eu estava maravilhado com a vista de todas aquelas construções peculiares, percebi que templos católicos tem a mesma presença em Cusco ou no Brasil, são inconfundíveis. A praça foi palco para muitas fotos mais.
Catedral de Cusco
Construções ao redor da Plaza de Armas
Plaza de Armas e Igreja de La Compania de Jesus
Após as fotos, como havíamos combinado com a agencia de Trekking que iríamos realizar o pagamento do pacote no dia seguinte da nossa chegada a Cusco, fomos até lá. Não ficava longe da Plaza de Armas, duas quadras ao lado, chegamos na Plaza Regocijo e de lá pegamos a rua Santa Teresa, que é a rua onde fica a agencia ViajesCuscoPeru.
Rua Santa Teresa
Entramos na agencia e fomos atendidos por uma moça muito simpática chamada Eliana, a mesma que troquei e-mails quando estávamos no Brasil, nos apresentamos e a moça nos disse que se quiséssemos, poderíamos incluir no pacote a subida a montanha Machu Picchu, pois a montanha Huayana Picchu já estava lotada para o dia. A cidade de Machu Picchu fica entre essas duas montanhas e, como ela explicou, a montanha de Machu Picchu é a mais alta. Mostrando as fotos da vista la de cima, ela nos convenceu a pagar 10 soles a mais para cada. No final, quando tudo já estava assinado e pago, Eliana nos pediu que viéssemos novamente a agencia na noite do dia anterior a saída para recebermos as informações iniciais sobre nossa aventura. O clima já era de muita empolgação e ansiedade.
Saímos da agencia e resolvemos passear mais, caminhamos até o final da rua Santa Teresa e encontramos mais uma igreja com o mesmo nome da rua, Igreja Santa Teresa, onde ao lado esta o Parque de La Madre, lugar para mais fotos.
Igreja Santa Teresa
Por onde caminhávamos sempre encontrávamos uma igreja, ou convento católico, sinal da imposição do catolicismo pelos espanhóis ao povo inca.
No mapinha que tinha em mãos, vi que um dos pontos turísticos que queríamos conhecer, chamado de Pedra de Doze Ângulos, ficava próximo de onde estávamos, em uma rua chamada de Hatunrumiyoc, ao lado da Plaza De Armas. Não tínhamos ideia do que era a Pedra de Doze Ângulos, eu achava que era algum monumento, onde quando chegássemos ao local já veríamos, então resolvemos ir até lá.
Caminhamos, tiramos mais fotos e caminhamos.
Vista da Catedral de Cusco
Entrada da Catedral de Cusco
As pedras quentes das estradas de Cusco nos deixava ainda com mais calor, já era quase hora do almoço, passeávamos olhando as lojinhas que vendiam de tudo para turistas, chaveiros, gorros, luvas, bebidas, presentes e roupas de lã de alpacas. Entramos na rua estreita de Triunfo, ao lado da catedral, sua sombra aliviava o calor, na pista de mão única, onde era impossível passar um carro ao lado do outro, uma multidão de turistas se aglomeravam nas calçadas caminhando para todos os lados. Nas casas, portinhas de madeira  davam acesso a lojinhas de suvenires, algumas entradas em arcos onde, ao entrar encontrava-se  uma mini feira. Placas nas portas dos restaurantes descreviam seus pratos para o almoço, mas ainda não tínhamos fome. Caminhamos até o final da Rua Triunfo e chegamos na famosa Hatunrumiyoc, onde carros eram impedidos de trafegar, construções altas e antigas faziam daquela rua um beco estreito onde entramos observando as paredes de pedras imensas encaixadas perfeitamente uma entre as outras.
Local da Pedra de Doze Ângulos
Olhei no mapa do meu smartphone e disse para a Nanda:
- Estamos perto da pedra.
Continuamos a caminhar naquele beco, olhando o extenso paredão de pedras, a Nanda caminhava na frente tentando localizar o ponto turístico. Perto de uma lojinha, que ficava do outro lado do beco, um senhor vestido com roupas indígenas tirava fotos com os turistas, nos aproximamos e percebemos que pra quem tirava foto com ele deveria pagar uma gorjeta, não achamos interessante e passamos direto. Foi então que algo que achei estranho aconteceu, percebi que as pedras eram muito bem polidas e resolvi passar a mão, mas assim que toquei em uma um guarda veio me reprimir:
- Não toque na pedra - Disse ele.
Fomos até o final da rua e quando olhei no mapa vi que o GPS indicava que tínhamos passado da tal Pedra de Doze ângulos.
- Ué? Onde esta essa pedra? - perguntei pra Nanda.
- Não sei. Já passamos dela?
- Sim. Pelo menos é o que diz o GPS aqui.
Resolvemos voltar então, procurando com mais cautela alguma porta que pudesse nos levar até a atração.
Rua Hatunrumiyoc da Pedra de 12 ângulos
No meio do caminho vimos vários turistas tirando foto em um ponto específico daquela parede de pedras, a atração que procurávamos fazia parte da parede e é uma pedra que tem 12 lados encaixados em outras pedras. Que mico. Acabou que nem tiramos fotos da pedra especificamente. Fizemos uma foto selfie e voltamos a procura de um bom restaurante para almoçarmos.
Caminhando entre as inúmeras lojinhas da rua Triunfo um lugar nos chamou a atenção, um restaurante onde vimos nas janelas algumas velas vermelhas em jarrinhos de barro, um lugar que se diferenciava da maioria dos restaurantes da rua, chegamos na porta de entrada e fomos recepcionados por um senhor, o letreiro acima dizia - Café e Restaurante LOS TOMINES - e ao lado da porta o menu principal escrito em um quadro de giz, mesmo assim o senhor nos ofereceu o cardápio e nos convenceu a conhecer a culinária de lá.
Janela do restaurante Los Tomines
Entramos naquele lugar agradável, muito bem recepcionados, sentamos em uma mesa ao lado da janela e o senhor nos ofereceu um drink de cusco gratuitamente, chamado de pisco sour, uma mistura com pisco, casca de limão e suco de limão, acompanhado de grãos de milho torrados e torradinhas.
Interior do restaurante Los Tomines
Drink Pisco Sour
Detalhes do Los Tomines
Arte na parede de Los Tomines

Resumo

Pontos turísticos visitados no dia

Plaza De Armas (Huacaypata)
Igreja Santa Teresa
Pedra de Doze Ângulos

Restaurantes

Café e Restaurante LOS TOMINES


<<Voltar para o dia anteriorIr para o Proximo dia>>

Popular