terça-feira, 18 de julho de 2017

Trekking no Peru (Parte 2) - Conhecendo a cidade de Cusco antes de Salkantay

Estávamos em Cusco, um lugar tão estranho para nós e ao mesmo tempo tão curioso. Chegamos na cidade no dia 2 de março de 2016, passeamos um pouco pelos arredores do hostel em que nos hospedamos, vimos um estádio mal acabado, conhecemos uma praça que leva o nome de Tupac Amaru, jantamos em um restaurante que mais parecia um boteco. Não tínhamos visto nada até então...

2º Dia - Cusco

A Pedra de 12 Ângulos

O dia amanheceu frio, as varias camadas de cobertas grossas na cama que nos aqueceu fizeram muito bem seu trabalho. Ficamos em um quarto privativo do hostel, cama de casal, banheiro privado, um armário e uma televisão, um luxo por um ótimo preço. Acordamos por volta das oito horas, ainda podíamos sentir o leve frio da manhã. Banho rápido em ducha quente, agasalhados e preparados fomos tomar o café da manhã. Nosso quarto estava no primeiro andar, descemos as escadas, passamos pela sala da recepção e entramos na cozinha, onde nossa anfitriã preparava o café da manhã. Havia uma varanda na cozinha onde fomos sentar em uma mesa posta lá, a dona do hostel, não me lembro seu nome, nos trouxe o banquete, café, leite, água quente para o chá, pão sírio, manteiga e geleia, em uma cestinha, vários saches de ervas e folhas de coca, não estranhamos pois sabíamos que lá era costume tomar chá de coca e que o mesmo ajudava a evitar a sensação de cansaço causada pela altitude, logo coloquei as folhas em minha caneca e despejei água quente assim como a Nanda fez, tomamos e percebemos que seus efeitos a primeira vista eram como o da cafeína do café, nada de mais.
Pelo wifi do hostel baixei o mapa offline de Cusco pelo Googlemaps do meu smartphone enquanto tomávamos o café da manhã, assim que terminamos o desjejum nos despedimos da moça e do seu cão, chamado Beluti, e saímos para conhecer a cidade.
O hostel fica em uma área da cidade um tanto que tranquila, por lá não víamos muito movimento de carros, mas foi só chegarmos na rua Pachacutec que notamos o quanto o transito de Cusco é caótico. A maioria dos carros que vimos eram mini versões dos carros que costumamos ver no Brasil, como o Pegeot 107 que mais parece o 207 menor. Com suas buzinas sempre avisando em cada esquina que estavam passando, seus motoristas dirigiam sem se preocupar muito com leis de trânsito. Ao chegarmos na Avenida El Sol, ficamos mais tranquilos, pois as calçadas são mais largas e o movimento de carros parece mais organizado. Foi caminhando na avenida que nos deparamos com nosso primeiro ponto turístico do dia, olhando para as casas enquanto caminhávamos, nos deparamos a nossa direita com um gramado bem verde, cercado por uma grade de ferro que impedia alguém de passar da calçada para lá, ao fundo, algo que parecia um castelo misturado com uma igreja, uma vista linda, digna das nossas primeiras fotos. O sol já havia esquentado, não fazia mais frio algum e fomos obrigados a retirar nossas blusas.
Jardim Sagrado
A paisagem era do Jardim Sagrado, com o Convento de Santo Domingo ao fundo, construída pelos espanhóis em cima do templo Inca Qorikancha. No passado, na era Inca, o centro religioso de Cusco era ali, junto com o centro geográfico e politico da cidade, chamava-se Templo do Sol, pois era neste templo que a civilização inca venerava seu maior deus, o deus sol "Inti". No significado Inca o nome "Qori" significa ouro e "Kancha" significa lugar fechado.
Do Jardim sagrado caminhamos até o final da avenida e na esquina avistamos a Plaza De Armas (Huacaypata), a praça mais famosa de Cusco. Foi nesta praça que o colonizador espanhol Francisco Pizarro declarou a conquista da cidade, que após sua conquista, sobre os palácios incas ao redor, foram construídos templos católicos e mansões. Tupac Amaru II foi executado nesta praça.
Plaza de Armas e Catedral de Cusco

Olhando para a Catedral de Cusco fomos adentrando em direção a praça, mas logo na esquina uma senhora no abortou oferecendo chaveiros, pulseiras e pacotinhos de folha de coca. Educadamente passamos os olhos em seus penduricalhos e eu resolvi comprar um saquinho de folhas de coca para levar na trilha que estávamos prestes a fazer. Tirei 3 soles do bolso e entreguei a senhora que me entregou a mercadoria com um sorriso no rosto.
O lugar, para nós, é espetacular. A grandiosidade dos templos em volta da praça nos fazia sentirmos pequenos. Eu estava maravilhado com a vista de todas aquelas construções peculiares, percebi que templos católicos tem a mesma presença em Cusco ou no Brasil, são inconfundíveis. A praça foi palco para muitas fotos mais.
Catedral de Cusco
Construções ao redor da Plaza de Armas
Plaza de Armas e Igreja de La Compania de Jesus
Após as fotos, como havíamos combinado com a agencia de Trekking que iríamos realizar o pagamento do pacote no dia seguinte da nossa chegada a Cusco, fomos até lá. Não ficava longe da Plaza de Armas, duas quadras ao lado, chegamos na Plaza Regocijo e de lá pegamos a rua Santa Teresa, que é a rua onde fica a agencia ViajesCuscoPeru.
Rua Santa Teresa
Entramos na agencia e fomos atendidos por uma moça muito simpática chamada Eliana, a mesma que troquei e-mails quando estávamos no Brasil, nos apresentamos e a moça nos disse que se quiséssemos, poderíamos incluir no pacote a subida a montanha Machu Picchu, pois a montanha Huayana Picchu já estava lotada para o dia. A cidade de Machu Picchu fica entre essas duas montanhas e, como ela explicou, a montanha de Machu Picchu é a mais alta. Mostrando as fotos da vista la de cima, ela nos convenceu a pagar 10 soles a mais para cada. No final, quando tudo já estava assinado e pago, Eliana nos pediu que viéssemos novamente a agencia na noite do dia anterior a saída para recebermos as informações iniciais sobre nossa aventura. O clima já era de muita empolgação e ansiedade.
Saímos da agencia e resolvemos passear mais, caminhamos até o final da rua Santa Teresa e encontramos mais uma igreja com o mesmo nome da rua, Igreja Santa Teresa, onde ao lado esta o Parque de La Madre, lugar para mais fotos.
Igreja Santa Teresa
Por onde caminhávamos sempre encontrávamos uma igreja, ou convento católico, sinal da imposição do catolicismo pelos espanhóis ao povo inca.
No mapinha que tinha em mãos, vi que um dos pontos turísticos que queríamos conhecer, chamado de Pedra de Doze Ângulos, ficava próximo de onde estávamos, em uma rua chamada de Hatunrumiyoc, ao lado da Plaza De Armas. Não tínhamos ideia do que era a Pedra de Doze Ângulos, eu achava que era algum monumento, onde quando chegássemos ao local já veríamos, então resolvemos ir até lá.
Caminhamos, tiramos mais fotos e caminhamos.
Vista da Catedral de Cusco
Entrada da Catedral de Cusco
As pedras quentes das estradas de Cusco nos deixava ainda com mais calor, já era quase hora do almoço, passeávamos olhando as lojinhas que vendiam de tudo para turistas, chaveiros, gorros, luvas, bebidas, presentes e roupas de lã de alpacas. Entramos na rua estreita de Triunfo, ao lado da catedral, sua sombra aliviava o calor, na pista de mão única, onde era impossível passar um carro ao lado do outro, uma multidão de turistas se aglomeravam nas calçadas caminhando para todos os lados. Nas casas, portinhas de madeira  davam acesso a lojinhas de suvenires, algumas entradas em arcos onde, ao entrar encontrava-se  uma mini feira. Placas nas portas dos restaurantes descreviam seus pratos para o almoço, mas ainda não tínhamos fome. Caminhamos até o final da Rua Triunfo e chegamos na famosa Hatunrumiyoc, onde carros eram impedidos de trafegar, construções altas e antigas faziam daquela rua um beco estreito onde entramos observando as paredes de pedras imensas encaixadas perfeitamente uma entre as outras.
Local da Pedra de Doze Ângulos
Olhei no mapa do meu smartphone e disse para a Nanda:
- Estamos perto da pedra.
Continuamos a caminhar naquele beco, olhando o extenso paredão de pedras, a Nanda caminhava na frente tentando localizar o ponto turístico. Perto de uma lojinha, que ficava do outro lado do beco, um senhor vestido com roupas indígenas tirava fotos com os turistas, nos aproximamos e percebemos que pra quem tirava foto com ele deveria pagar uma gorjeta, não achamos interessante e passamos direto. Foi então que algo que achei estranho aconteceu, percebi que as pedras eram muito bem polidas e resolvi passar a mão, mas assim que toquei em uma um guarda veio me reprimir:
- Não toque na pedra - Disse ele.
Fomos até o final da rua e quando olhei no mapa vi que o GPS indicava que tínhamos passado da tal Pedra de Doze ângulos.
- Ué? Onde esta essa pedra? - perguntei pra Nanda.
- Não sei. Já passamos dela?
- Sim. Pelo menos é o que diz o GPS aqui.
Resolvemos voltar então, procurando com mais cautela alguma porta que pudesse nos levar até a atração.
Rua Hatunrumiyoc da Pedra de 12 ângulos
No meio do caminho vimos vários turistas tirando foto em um ponto específico daquela parede de pedras, a atração que procurávamos fazia parte da parede e é uma pedra que tem 12 lados encaixados em outras pedras. Que mico. Acabou que nem tiramos fotos da pedra especificamente. Fizemos uma foto selfie e voltamos a procura de um bom restaurante para almoçarmos.
Caminhando entre as inúmeras lojinhas da rua Triunfo um lugar nos chamou a atenção, um restaurante onde vimos nas janelas algumas velas vermelhas em jarrinhos de barro, um lugar que se diferenciava da maioria dos restaurantes da rua, chegamos na porta de entrada e fomos recepcionados por um senhor, o letreiro acima dizia - Café e Restaurante LOS TOMINES - e ao lado da porta o menu principal escrito em um quadro de giz, mesmo assim o senhor nos ofereceu o cardápio e nos convenceu a conhecer a culinária de lá.
Janela do restaurante Los Tomines
Entramos naquele lugar agradável, muito bem recepcionados, sentamos em uma mesa ao lado da janela e o senhor nos ofereceu um drink de cusco gratuitamente, chamado de pisco sour, uma mistura com pisco, casca de limão e suco de limão, acompanhado de grãos de milho torrados e torradinhas.
Interior do restaurante Los Tomines
Drink Pisco Sour
Detalhes do Los Tomines
Arte na parede de Los Tomines

Resumo

Pontos turísticos visitados no dia

Plaza De Armas (Huacaypata)
Igreja Santa Teresa
Pedra de Doze Ângulos

Restaurantes

Café e Restaurante LOS TOMINES


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